Métodos anticoncepcionais
Seja para evitar uma gravidez não programada ou para se
prevenir de doenças sexualmente transmissíveis, os métodos anticonceptivos
devem fazer parte da vida dos brasileiros. Por este motivo, o Ministério da Saúde
disponibiliza gratuitamente à população oito tipos de métodos contraceptivos.
São eles: preservativos feminino e masculinos (camisinha), pílula oral,
minipílula, injetável mensal, injetável trimestral, dispositivo intrauterino
(DIU), pílula anticoncepcional de emergência (mais conhecida como pílula do dia
seguinte), diafragma e anéis medidores.
É possível retirar gratuitamente nos postos de saúde o
método anticoncepcional mais adequado às suas necessidades. Por meio do
programa Farmácia Popular, o governo também oferece estes medicamentos a baixo
custo (o desconto chega a 90%, valor esse que é subsidiado pelo governo
federal) – com exceção da pílula de emergência, do DIU e do diafragma.
Mas, antes de retirar o contraceptivo, marque uma consulta
com um ginecologista. Este profissional poderá ajudar a indicar o método mais
adequado ao seu estilo de vida e também com base no seu histórico e atual
estado de saúde.
Importante reforçar que o uso de todos os métodos
anticonceptivos deve ser combinado com o de camisinha (masculina ou feminina).
Desta forma, mulheres e homens evitam contrair doenças sexualmente
transmissíveis.
Confira as características de cada método anticoncepcional:
Pílula oral
Com percentual de 99,8% de eficácia, elas são feitas com
hormônios parecidos com os que são produzidos pelo próprio corpo: o estrogênio
e a progesterona. Age impedindo a ovulação e dificultando a passagem dos
espermatozóides para o interior do útero. Devem ser tomadas diariamente, de
preferência no mesmo horário.
Anticoncepcional injetável mensal
Com aplicação mensal, normalmente nas nádegas, o
anticoncepcional injetável é semelhante à pílula. É prático, pois não exige que
seja administrado diariamente e possui menos efeito colaterais no estômago do
que o comprimido. Por ser uma solução oleosa, é liberada a mesma quantidade de
hormônios da pílula diária e a menstruação ocorre normalmente.
Dispositivo intrauterino (DIU)
Trata-se de uma estrutura de metal que tem ação espermicida
intrauterina, ou seja, que impede que o espermatozóide chegue ao óvulo. Pode
ficar até cinco anos dentro do corpo da mulher. É necessário que um médico
insira o dispositivo no útero.
Sua eficácia contra a gravidez é de 99,6% e, os efeitos
colaterais podem ser o aumento do sangramento menstrual, da duração da menstruação
e da incidências de cólicas. Não é recomendado para mulheres com anemia severa
justamente porque aumenta o fluxo menstrual, e, assim, poderia agravar a
doença.
Diafragma
Com uma estrutura em látex, o diafragma é um método de
barreira móvel, ou seja, que pode ser colocado e retirado da vagina. Para ser
eficiente, deve ser colocado duas horas antes da relação sexual e retirado
entre quatro e seis horas após o sexo. É combinado com gel espermicida. Após o
uso, deve ser lavado com água e sabão. Sua durabilidade é de cerca de dois
anos.
Anéis medidores
O anel vaginal é um método hormonal que traz uma formulação
semelhante à da pílula anticoncepcional (etonogestrel e etinilestradiol), mas
dispensa o uso do gel espermicida. Deve ser introduzido pela vagina e acomodado
no colo do útero no quinto dia de menstruação, permanecendo ali por três
semanas. Não traz desconforto e normalmente não é sentido durante as relações
sexuais.
Preservativos feminino e masculino
São os métodos mais seguros, já que além de evitar a
gravidez, também protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis, como a
Aids.
De fácil manipulação, a capa fina de borracha da camisinha
masculina cobre o pênis durante a relação sexual e impede o contato do sêmen
com a vagina, o ânus ou a boca. O esperma fica retido e os espermatozóides não
entram no corpo da mulher. Deve ser descartada após o uso. Nunca use mais de
uma camisinha e verifique se ela não está furada antes de usar.
Já a camisinha feminina pode ser colocada até oito horas
antes da relação sexual e também é um
método de barreira que não deixa com que o espermatozóide entre no corpo
feminino.
Feita com um plástico mais fino e mais lubrificado que a
camisinha masculina, o anel interno deve ser inserido na vagina, enquanto que o
externo deve ficar para fora do corpo, cobrindo a parte externa da vagina. Não
é recomendado o uso combinado de camisinha feminina e masculina
simultaneamente.
A camisinha feminina pode ser retirada imediatamente após a
saída do pênis, de preferência antes da mulher se levantar para evitar que o
esperma escorra. É necessário segurar as bordas do anel externo, dar uma leve
torcida na camisinha e puxá-la delicadamente para fora.
Pílula anticoncepcional de emergência (pílula do dia
seguinte)
Esse medicamento só deve ser usado em caso de emergência,
como, por exemplo, quando a camisinha estourou ou não houve uso de preservativo
na relação sexual. Jamais deve ser adotado como método usual de proteção.
De acordo com Rodolfo Strufaldi, membro da Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e professor
assistente de ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC, o uso frequente da
pílula de emergência pode causar alterações no ciclo menstrual. É preciso de
receita médica para retirar esse medicamento.
As duas pílulas que compõem uma dose devem ser ingeridas com
intervalo de 12 horas. Elas concentram alta dose hormonal (o equivalente a oito
pílulas anticoncepcionais de uso prolongado), que vai retardar a ovulação e,
assim, dificultar a gestação. A ocorrência de sangramento, ou a ausência do
mesmo, está ligada ao período do ciclo menstrual da mulher.
Minipílula e injeção trimestral
Para mulheres em amamentação, o Ministério da Saúde oferece
dois métodos contraceptivos, que podem ser introduzidos seis semanas após o
parto: a minipílula, administrada via oral, e a injeção trimestral.
A combinação entre a prolactina (hormônio que estimula a
produção do leite materno), com a progesterona (hormônio que prepara organismo
para a fecundação) cria a barreira que impede uma nova gravidez durante a
amamentação.
Para as mulheres que tiveram filhos, mas que por algum
motivo não podem amamentar, a recomendação é que cerca de 40 dias após o parto
seja introduzida a pílula anticoncepcional comum.
Métodos definitivos
Segundo a Lei do Planejamento Familiar, pessoas com mais de
25 anos e pelo menos dois filhos vivos, ou naqueles casos em que há risco de
vida para a mulher ou para o futuro bebê, podem usar os métodos contraceptivos
definitivos, como a ligadura das trompas de falópio para as mulheres, ou a
vasectomia nos homens.
Os dois procedimentos impedem que os espermatozóides atinjam
o óvulo. É necessário aguardar 60 dias entre a manifestação da vontade de fazer
a cirurgia e sua execução. Por serem métodos de difícil reversão são chamados
de definitivos.
Fonte: Ministério Saúde
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