A episiotomia consiste em uma incisão no períneo, abrangendo a pele, tecidos subcutâneos e músculos usualmente realizado de ...forma lateral à direita. Tem como finalidade ampliar a abertura vaginal e facilitar a saída do bebê durante o parto normal. Após o parto é realizada a episiorrafia, que consiste na sutura que recompõe a musculatura e tecidos seccionados na episiotomia (REZENDE, 2005). A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a realização da episiotomia em situações como sofrimento fetal, progresso insuficiente do parto e lesão iminente de 3º grau do períneo. Os riscos associados ao uso da episiotomia são significativos e levam-nos a ponderar se perante a ausência de indicações da mesma se considera correto praticar um ato para o qual não se encontram benefícios que o justifiquem (BORGES; SERRANO; PEREIRA, 2003).
Nos últimos anos, muitos estudos evidenciaram que não há base científica para manutenção da prática sistemática da episiotomia. As principais complicações associadas à episiotomia são:
• dor no período puerperal;
• edema;
• formação de hematomas;
• hemorragia pós-parto;
• infecção pós-natal;
• formação de fístulas retovaginais;
• incontinência fecal e urinária;
• dispareunia;
• necessidade de correção cirúrgica por problemas de cicatrização irregular ou excessiva.
A episiotomia é uma intervenção, que por vezes são realizadas de maneira indiscriminada, sem a avaliação crítica de cada caso e sem os reais critérios de indicação. As evidências científicas apontam a episiotomia, realizada de forma desnecessária e generalista, como uma fonte de trauma para a mulher, podendo acarretar para a mesma, diversas repercussões, que podem atingir a sua integridade física, sexual e psicológica (SANTOS et al., 2012).
A recomendação atual da Organização Mundial de Saúde não é de proibir a episiotomia, mas de restringir seu uso, porque em alguns casos ela pode ser necessária. Não está muito claro em que situações a episiotomia é, de fato, imprescindível.
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