domingo, 14 de julho de 2013

Resumo clínica cirúrgica - parte 3

Pessoal dão uma lida nesse assunto,pois se cair clínica cirúrgica, cai cuidados perioperatório ou cuidados em pacientes em pós operatório de cirurgia vascular, respiratório e renal (principalmente Diálise). Devido ser mais frequentes em concursos.

CUIDADOS PERIOPERATÓRIOS

O termo perioperatório é empregado para descrever todo o período da cirurgia, incluindo antes e após a cirurgia em si. As três fases dos cuidados perioperatórios são: Pré-operatório, Trans-operatório e Pós-operatório.

PRÉ-OPERATÓRIO: esse período tem início desde o momento em que o paciente recebe a indicação da operação e se estende até a sua entrada no centro cirúrgico. Esse período se divide em duas fases: pré-operatório mediato e pré-operatório imediato.
Pré-operatório Mediato: começa no momento da indicação da operação e termina 24 horas antes do seu início. Geralmente, nesse período o paciente ainda não se encontra
internado.
Neste período mediato, sempre que possível, o cirurgião faz uma avaliação do estado geral do paciente através de exame clínico detalhado e dos resultados de exames de sangue, urina, raios X, eletrocardiograma, entre outros. Essa avaliação tem o objetivo de identificar e corrigir distúrbios que possam aumentar o risco cirúrgico.
Tratando-se de cirurgias eletiv as, onde há previsão de transfusão sangüínea, muitas vezes é solicitado ao paciente para providenciar doadores saudáveis e compatíveis com seu tipo sangüíneo. Com essa medida pretende-se melhorar a qualidade do sangue disponível e aumentar a quantidade de estoque existente nos hemocentros, evitando sua comercialização.
Os cuidados de enfermagem aqui neste período compreendem os preparos psicoespiritual e o preparo físico.
 Consentimento cirúrgico:  Antes da cirurgia, o paciente deve assinar um formulário de consentimento cirúrgico ou permissão para realização da cirurgia. Quando assinado, esse formulário indica que o paciente permite a realização do procedimento e compreende seus riscos e benefícios, explicados pelo cirurgião. Se o paciente não compreender as explicações, o enfermeiro notifica ao cirurgião antes que o paciente assine o formulário de consentimento. Os pacientes devem assinar um formulário de consentimento para qualquer procedimento invasivo que exija anestesia e comporte risco de complicações.
Quando um paciente adulto está confuso, inconsciente ou não é mentalmente competente, um familiar ou um tutor deve assinar o formulário de consentimento. Quando o paciente tem menos de 18 anos de idade, um dos pais ou um tutor legal deve assinar o formulário. Pessoas com menos de 18 anos de idade, que vivem longe de casa e sustentam-se por conta própria, são considerados menores emancipados e assinam o formulário de consentimento. Numa emergência, o cirurgião pode ter que operar sem consentimento. No entanto, a equipe de saúde deve se esforçar ao máximo para obter o consentimento por telefone, telegrama ou fax. Todo enfermeiro deve estar familiarizado com as normas da instituição e com as leis estatais relacionadas aos formulários de consentimento cirúrgico.
Os pacientes devem assinar o formulário de consentimento antes que lhes seja administrado qualquer sedativo pré-operatório. Quando o paciente ou a pessoa designada tiver assinado a permissão, uma testemunha adulta também assina para confirmar que o paciente ou o indivíduo designado assinou voluntariamente. Em geral, a testemunha é um membro da equipe de saúde ou um empregado do setor de admissão. É responsabilidade do enfermeiro assegurar que todas as assinaturas necessárias figurem no formulário de consentimento, e que este se encontre no prontuário do paciente antes que ele seja encaminhado ao centro cirúrgico (CC).

Avaliação Pré-operatória: os cuidados pré-operatórios exigem uma avaliação completa do paciente. A avaliação varia, dependendo da urgência da cirurgia e de o paciente ter sido admitido no mes mo dia da cirurgia ou antes. No entanto, mesmo em emergências, o enfermeiro deve se esforçar ao máximo para coletar o maior número de dados possível. O quadro abaixo apresenta uma lista de informações importantes que devem ser obtidas durante a avaliação do paciente.



Quadro 1 - Avaliação Pré-operatória

REVISÃO DOS EXAMES DIAGNÓSTICOS E LABORATORIAIS PRÉ-OPERATÓRIOS

 •  Nível de consciência (confusão mental,  sonolência, não-responsividade)
• Hemograma completo
• Sinais vitais
• Tipagem sangüínea e prova de
•  Peso e altura
compatibilidade
• Integridade cutânea
• Eletrólitos séricos
•  Capacidade de se mover/deambular
• Urinálise
•  Nível de exercício
•  Radiografia de tórax
• Próteses
• Eletrocardiograma
• Condição circulatória
• Outros exames relacionados ao procedimento ou à condição clínica do paciente (ex. tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, nitrogênio da uréia sangüínea, creatinina, outros estudos radiográficos)






AVALIAÇÃO DAS NECESSIDAS PSICOLÓGICAS

• Estado emocional
• Nível de compreensão do procedimento cirúrgico e das instruções pré e pós-operatórias .

REVISÃO DOS ANTECEDENTES MÓRBIDOS DO PACIENTE E PREPARO PARA A CIRURGIA

• Estratégias de enfrentamento
•  Sistema de apoio
•  Papéis e responsabilidades
•  Histórico da doença atual e razão da cirurgia

AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES CULTURAIS

• Antecedentes mórbidos: condições clínicas agudas e crônicas, hospitalizações e cirurgias anteriores, qualquer problema anterior com anestesia, alergias, medicamentos atuais, uso de substâncias como álcool, tabaco, drogas ilícitas
•  Linguagem – necessidade de intérprete
•  Costumes particulares relacionados à cirurgia, à privacidade, à eliminação de
partes do corpo e a transfusões sangüíneas.
•  Revisão dos sistemas

AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES FÍSICAS

•  Capacidade de comunicação

 Preparo psicoespiritual: o estado emocional influencia diretamente no funcionamento do corpo, conseqüentemente, o paciente que apresenta alterações nesta área (ansiedade, estresse) poderá ter um comprometimento na sua evolução pós-operatória. As principais intervenções de enfermagem compreendem:

a)  Explicar ao paciente a sua cirurgia e os exames na medida do possível.
b)  Diminuir a sensação de medo da anestesia, cirurgia, dor, morte, do desconhecido, e de destruição da auto-imagem.
c)  Orientar sobre os procedimentos e a importância da sua cooperação no pré e pós-operatório.
d)  Explicar como irá retornar da cirurgia e que a enfermagem estará presente para atendê-lo em qualquer anormalidade.
e)  Transmitir sensação de calma e confiança, e ouvir com atenção os problemas do paciente.
f) Proporcionar um ambiente calmo e tranqüilo, favorecendo o equilíbrio psicológico e o entrosamento com o ambiente hospitalar.
g)  Atender a família, explicando resumidamente a cirurgia, como o paciente retornará da SO e a importância da família em apoiá-lo nesse período.
h)  Providenciar ou dar assistência religiosa, de acordo com a religião ou solicitação do paciente.

Preparo físico: são cuidados para melhorar o esclarecimento do diagnóstico e para adequar o estado geral do paciente à cirurgia. Eles objetivam remover as possíveis fontes de infecção e preparar o paciente para a operação. 
a)  Realizar exame físico, atentando para determinadas condições que podem atuar negativamente na cirurgia. Ex. idade, outras doenças, quadro infeccioso, hipersensibilidade medicamentosa, alimentar, fatores exógenos, etc.
b)  Providenciar e preparar o paciente para os exames laboratoriais e outros exames auxiliares de diagnóstico.
c)  Controlar os SSVV.
d) Observar  o  equilíbrio  hidroeletrolítico e o estado nutricional, orientando, estimulando e administrando dietas adequadas, medicamentos, soros, etc.
e)  Ensinar exercícios respiratórios com frascos, luvas, principalmente aos  que serão submetidos à anestesia geral, cuja finalidade é prevenir complicações pulmonares após a realização da cirurgia. Normalmente, se orienta para o paciente colocar as duas mãos na parte inferior das costelas, a fim de sentir o movimento torácico, expirar completamente, inspirar profundamente pelo nariz e expulsar  todo o ar pela boca. Repetir esse exercício várias vezes. Existem pequenos aparelhos denominados expirômetros de incentivo, utilizados  para a realização de exercícios respiratórios.

f) Exercícios de tosse cujo objetivo é retirar secreções da traquéia e dos brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as mãos sobre o local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as mãos e pressionar o local.
Isto funciona como imobilização durante a tosse, eliminando a dor. Depois de pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente para a frente, encher os pulmões e provocar rápidas tossidelas. O exercício deve ser repetido uma ou duas vezes, tentando eliminar poss íveis secreções.
g)  Orientar o paciente referente a deambulação precoce, que consiste em pequenas caminhadas após a cirurgia, tão logo as suas condições o permitam. A deambulação precoce favorece a expansão pulmonar, a circulação de membros inferiores e estimula o peristaltismo intestinal, evitando a distensão abdominal por acúmulo de gases e conteúdo intestinal estático.
h)  Limpar a pele com banho completo no dia anterior, e no dia da cirurgia, banho corporal completo com anti-séptico degermante (ex. chlorexidina degermante).
i) Manter as unhas curtas, limpas e sem esmalte.
j) Iniciar o jejum, conforme a prescrição médica, normalmente após o jantar.
Suspende-se a ingestão de água de 8 a 10 horas antes da cirurgia. Comumente a última refeição ingerida pelo paciente antes da cirurgia contem apenas líquidos, alimentos facilmente digerível, como sopa, caldos, etc. Após essa refeição, o paciente precisa permanecer em jejum absoluto por várias horas, até o momento da cirurgia, não sendo também permitida a ingestão de líquidos (chá, suco, etc) e água.
Antes do período de jejum total, o enfermeiro estimula o paciente a manter uma boa nutrição para ajudar a suprir a dem anda aumentada de nutrientes do organismo durante o processo de cicatrização. Proteínas e ácido ascórbico (vitamina C) são particularmente importantes na cicatrização da ferida.

Pré-operatório Imediato: esta fase compreende as 24 horas que antecedem a operação.
De um modo geral, o paciente é admitido no hospital dentro desse período, com o objetivo de ser devidamente preparado para o ato c irúrgico. Esse procedimento, entretanto, pode variar de instituição para instituição, ou dependendo tipo de cirurgia ou do estado do paciente. Há casos em que o paciente interna-se com vários dias de antecedência, quando necessita de um tratamento para habilitá-lo a ser operado. Em outros casos, no entanto, a admissão se dá no mesmo dia da operação.
a)  Preparo da pele: esse procedimento tem como finalidade eliminar ao máximo a flora bacteriana que normalmente habita a pele do paciente. A área em torno da futura ferida operatória deve ser limpa de modo completo e feita a tricotomia, que significa a raspagem dos pêlos em uma região do corpo. Em vários hospitais, a tricotomia é realizada na véspera da cirurgia, à noite, muito embora seja mais indicado fazê-la até duas horas antes da cirurgia, para evitar a proliferação de germes após o preparo da pele. A rotina de limpeza da pele depende do procedimento cirúrgico e das normas do cirurgião ou da instituição. O objetivo é diminuir a quantidade de microrganismos sem comprometer a integridade cutânea.
Para uma cirurgia planejada, pode-se solicitar ao paciente que limpe a área determinada com um sabão detergente germicida durante vários dias antes do procedimento. Normalmente, os pêlos não são removidos antes da cirurgia, exceto se puderem interferir na incisão. Neste caso, os pêlos são removidos com tricotomizadores elétricos no momento da cirurgia.
b)  Preparo intestinal: para a maioria das cirurgias, principalmente as realizadas sob anestesia geral, é importante o reto estar vazio, evitando, assim, que o paciente evacue durante o ato cirúrgico. Em função do tipo de cirurgia a ser realizada, o médico irá prescrever o preparo adequado, que pode variar desde ouso de laxante até a aplicação de clister ou lavagem intestinal. Um cirurgia de intestino grosso, por exemplo, exige um preparo maior, para o órgão ficar o mais vazio e limpo possível.
Nesses casos, o laxante é administrado dias antes, mas o clister e a lavagem são feitos na véspera da operação. Já em cirurgias de pequeno porte, pode-se dispensar a execução desse preparo, desde que o paciente tenha evacuado normalmente na manhã do dia da cirurgia. Um intetino limpo permite a visualização acurada do sitio cirúgico e previne traumas intestinais ou contaminação acidetnal do peritônio por fezes. Um enema evacuador ou um laxante é prescrito para a noite que antecede a cirurgia, e pode ser repetido na manhã do dia da cirurgia. Quando uma cirurgia intestinal é programada, antibióticos também podem ser prescritos para reduzir a microbiota intestinal.
c)  Higiene geral: além do preparo local da pele, um banho completo antes da cirurgia, ajuda a evitar infecções, principalmente com uso de anti-sépticos degermantes. 
d) Retirar os esmaltes: no mínimo em uma das unhas, se for o caso, para o anestesista controlar melhor a oxigenação durante a cirurgia.
e)  Orientar o paciente deam bulante para ir ao banheiro, com o objetivo de esvaziar a
bexiga e o intestino, realização da higiene bucal adequada.
f) Fornecer  camisola  limpa e ajudar o paciente a vesti- la com a abertura para as costas, orientando-a para não colocar qualquer roupa de baixo.
g)  Pentear os cabelos do paciente e cobri-lo com gorro.
h)  Retirar próteses, lentes de contato, jóias, adornos em geral. Depois, para evitar que se percam, identificar esses objetos e entregá-los ao responsável ou encaminhar para guarda-volumes no hospital. A retirada de prótese dentária antes da anestesia para alguns pacientes em violação da privacidade, onde alguns serviços tem como rotina a retirada na SO, guardando-as para posterior devolução.
i) Conferir os exames pré-operatórios, a autorização para a operação e as radiografias
se estão junto ao prontuário médico do paciente.
j) Administrar a medicação pré-anestésica prescrita aproximadamente 30 a 60 minutos antes de encaminhar ao CC, quando prescrita. Quando o efeito da medicação estiver iniciando, o paciente deve permanecer sob observação, jamais sendo deixado sozinho, pois poderá apresentar reações adversas, como depressão respiratória ou mesmo agitação. A medicação pré-anestésica visa basicamente reduzir a ansiedade, diminuir secreções do trato respiratório e reduzir as intercorrências alérgicas.
k)  Deixar o paciente deitado, protegido com grades. Verificar, novamente, os SSVV, anotando-os no prontuário e comunicando qualquer anormalidade observada.
 
l)  Alguns hospitais usam como protocolo de rotina a SVD no período pré-operatório,
neste caso realizá-la.

Checagem Pré-operatória: A maioria dos pacientes é transportada ao centro cirúrgico numa maca. Para proporcionar privacidade, segurança e aquecimento, o enfermeiro cobre a pessoa com um lençol e fixa em torno dela os cintos de segurança. Antes do paciente deixar o quarto, o enfermeiro registra todas as informações necessárias no seu prontuário: sinais vitais, peso, medicamentos pré-operatórios administrados, procedimentos realizados, se o paciente esvaziou a bexiga, o destino de objetos valiosos e próteses dentárias, e observações pertinentes. A maioria dos hospitais ou dos serviços de cirurgia utiliza uma checagem pré-operatória para que não haja dúvida de que se realizaram todas as avaliações e procedimentos antes da cirurgia. Essa checagem geralmente envolve:
• Avaliação: inclui a pulseira de identificação de alergia; lista de medicamentos em uso atualmente, horário da última ingestão alimentar ou líquida do paciente; destino de objetos de valor, dentaduras ou próteses; remoção da maquiagem  e do esmalte para unhas; e o uso de vestimentas hospitalares.
• Medicamentos pré-operatórios: inclusiv e a via e o momento da administração.
• IV: inclusive localização, tipo de solução, velocidade de infusão.
• Preparos pré-operatórios: incluindo, quando apropriado, preparo da pele, passagem de sonda vesical de demora ou de sonda nasogástrica, horários e resultados de enemas ou duchas, uso de meias ou ataduras anti-embolismo, e horário e quantidade da última micção.
• Prontuário: inclui o consentimento cirúrgico assinado, história e exame físico, registros antigos, e resultados de exames solicitados.
• Outras informações: conforme as exigências do serviço.
• Assinatura(s): do enfermeiro e de outras pessoas envolvidas no preparo do paciente
para a cirurgia e no seu transporte para o CC.
Quando a checagem pré-operatória termina, o paciente está pronto para ser encaminhado ao CC. O pessoal do setor cirúrgico ajuda na transferência do paciente para a maca e depois para o CC ou para a área de espera.
 
PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO (INTRA-OPERATÓRIO):

É aquele em que o paciente será submetido à uma cirurgia propriamente dita, sendo realizada na unidade de centro cirúrgico, que é dotada de uma infra-estrutura que garanta plena segurança e conforto ao paciente e a equipe de saúde. 
As funções da enfermagem abrangem a recepção do paciente no CC, organização da SO, atendimento as necessidades de saúde e segurança do paciente durante e após a cirurgia, encaminhando o paciente para a RPA, UTI ou enfermaria.


Fonte: Solução em Concursos Públicos 

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