Assistência
de enfermagem
Introdução
O processo do envelhecimento é evidente e observado com facilidade
apesar de sabermos pouco sobre este fenômeno que acontece com todos os seres
vivos. O indivíduo idoso não constitui um ser marginal, mas exibe necessidades
peculiares, de importâncias variáveis, que exigem atenção e conhecimento para
tomar medidas e condutas que sejam adequadas para cada situação.
Envelhecer é um processo dinâmico, progressivo e inevitável, pois há
mudanças morfológicas, bioquímicas, funcionais e psicológicas ocasionando maior
predisposição a processo patológicos que acabam levando a morte.
Com o aumento da prevenção de doenças através de programas de saúde,
avanço da medicina e avanços tecnológicos houve o envelhecimento populacional o
que levou a ênfase aos estudos geriátricos e gerontológicos.
No Brasil o IBGE (2002) calcula-se que até 2025 15% da população total
seja de idosos, no entanto os cuidadores específicos em relação à população
idosa são precários, no que se diz respeito à sociedade pública o aumento da
população idosa traduz-se em maior número de doenças degenerativas, crônicas do
sistema cardiocirculatória, respiratória, neuropsiquiátrico, digestivo e
ósteo-articular.
A desconsideração social, a dificuldade de subsistência, o desrespeito
individual, o abandono familiar, a ausência de assistência á saúde, a falta de
perspectiva de uma vida digna são fatos observáveis com exceção de sociedades
onde existe forte conceito espiritual ou religioso, como em algumas tribos indígenas.
Em nosso país, a população em sua maioria e constituída por jovens, os
estudos voltados aos idosos são recentes, a demanda por profissionais
capacitados em trabalhos com os idosos é grande, já que nesta faixa etária os
problemas de saúde são extremamente complexos exigindo a participação conjunta
de diferentes áreas profissionais, determinado a importância e a significância
social das profissões voltadas para essa área profissional.
Para. Filho Apud Netto (2000):
Atualmente, é de fundamental importância que o profissional interessado
nesta área esteja atualizado nas peculiaridades anatômicas e funcionais do
envelhecimento, sabendo discernir com máxima precisão os efeitos naturais deste
processo (senescência) das alterações reduzidas pelas inúmeras afecções que
pode acometer o idoso (senelidade).
Pensando nessa necessidade de aprimoramento profissional para o cuidado
com o idoso, não podemos de deixar de enfatizar a importância do enfermeiro
nessa fase da vida, destacando ainda o papel essencial na capacitação do cuidado
do idoso.
A Demografia do idoso
Segundo Brito & Ramos (1996
p.56):
Os idosos numericamente vêm
aumentando significativamente nos últimos anos, pois a velhice é uma etapa do
ciclo da vida, que uma parcela crescente da população brasileira vem alcançando
e desfrutando por mais tempo, em virtude do aumento da expectativa de vida e do
acelerado envelhecimento populacional do país nas últimas décadas. Esta mudança
no perfil demográfico, iniciada na segunda metade dos anos 70, quando houve um
declínio da taxa de natalidade, aponta que para o ano de 2025 existirá no
Brasil, aproximadamente 30 milhões de idosos que representarão 15% da população
total.
Segundo Leme (1997. p 33):
Os anos de 1975 a 2025 corresponderão
á era do envelhecimento, marcada pelo crescimento demográfico da população
idosa, o que decorre, principalmente do controle da natalidade e do aumento de
gerontes já representa um grande problema, no futuro próximo, o Brasil viverá a
mesma situação. As projeções estatísticas apontam que até ano 2025, ocuparemos
o 6º lugar do mundo no que se refere á população idosa, modificando-se portanto
a pirâmide populacional, conduzindo a um repensar sobre as políticas de saúde
(reestruturação das ações de saúde), sociais e econômicas.
Segundo o Instituto Brasileiro Geografia e Estatístico (IBGE, 2000), tal
fato se deve pela melhoria da qualidade de vida e conseqüentemente um
aumento da expectativa desta, a diminuição das taxas de natalidade e
fecundidade e a evolução tecnológica como procedimentos, diagnósticos e
terapias cada vez mais sofisticadas contribuindo com a promoção, prevenção e o
tratamento de certas patologias.
Mas os idosos apresentam transformações próprias nos seus aspectos
biológico, psicológico e social, requerendo tipos de assistências diferenciadas
especialmente em termos de saúde. Voltar à atenção á saúde ao idoso é um ato
político que envolve diferentes atores sociais: gestores, sociedade civil
organizada e a clientela de idosos, que em processo democrático, participativo,
articulam-se entre si e negociam as tomadas de decisões para o enfrentamento do
envelhecimento populacional.
O idoso e a família
Segundo Cabral (1998), apresenta a família como porto seguro aonde todos
nós se refugia quando estamos precisando de ajuda e proteção e neste caso
especialmente os idosos.
A família é um ponto de referência em todas as situações. É apontada
pelos estudiosos do envelhecimento como o ponto chave para corresponder às questões como o bem-estar e a segurança, ela é o
espaço aonde se encontra a intimidade e o segredo e dificilmente compartilhado
ou exposto ao olhar externo.Motta (1998).
Segundo Motta (1998) no século XX, obteve muitas conquistas, uma delas
foi à longevidade dos idosos que comparada antigamente viviam bem menos. A
longevidade faz questões especificas, antes inexistentes ou despercebidas, por
exemplo, à medida que as probabilidades de crianças tenham avós por um tempo
maior que seus pais, haverá uma sobrecarga financeira para os (filhos adultos).
Segundo GOLDANI, (1999) o aspecto da longevidade implica em quatro gerações,
que implica uma configuração intergeracional de duas famílias geriátricas,
quando filhos de 62 anos se encontram mobilizados por seus pais de 85 anos.
No Brasil a questão da longevidade é assunto de saúde pública, com em
outros países, extrapolam o fato da família e a vida privada.
Segundo SAAD (1999: p251):
Comenta que nos países desenvolvidos as funções familiares foram
gradativamente sendo substituídas pelo setor público, reduzindo o papel central
da família como suporte básico dos idosos. Este não é o caso, porém, da maioria
dos países menos desenvolvidos, o Brasil entre eles onde a família (em especial
os filhos adultos) continua representando fonte primordial de assistência à
parcela significativa da população idosa.
Para GOLDANI (1999: p210):
No quadro de diminuição de recursos
de Estado e da desmontagem do sistema de proteção social de emprego [...} o
envelhecimento da população brasileira tem sido visto como uma sobrecarga para
as famílias, o que é reforçado pela queda da fecundidade (menos filhos para
cuidarem dos idosos) e pela participação das mulheres no mercado de trabalho
(menos tempo).
Camarano e El Ghaouri (1999),
questiona que a população idosa brasileira não é dependente dos seus filhos. A
aposentadoria do idoso brasileiro está situada nos valores entre um salário
mínimo a três salários mensais, os idosos estão desfrutando melhores condições
de vida e saúde que se comparado com os adultos jovens de hoje em dia que estão
passando por uma crise de desemprego, falta de oportunidades e violência
urbana.
Segundo (SAAD, 1999), o suporte
familiar quanto aos idosos será maior quanto ao número de filhos vivos, maior
será a chance deles serem assistidos e dar apoio, pois, quanto menor o número
de filhos, diminui a probabilidade de que os pais venham a ser assistido por
eles, como também aumenta a carga, por filho de assistência aos pais, em uma
sociedade cada vez menos solidária.
Segundo (PEIXOTO, 1994; SAAD, 1999),
o apoio entre os idosos e a família é via de mão dupla, os filhos oferecem
ajuda aos pais e os pais ajudam os filhos.
Segundo SAAD (1999: p255):
Comenta que no Brasil, o intercâmbio
de ajuda entre pais e filhos tende a se estender ao longo de todo o ciclo de
vida familiar, como se existisse uma espécie de contrato intergeracional
estipulando o papel dos diferentes membros da família em cada fase do ciclo.
Segundo Goldani (1999), em estudos
recentes sobre suporte familiar e social entre os idosos mostram de modo geral,
os cuidados aos mais velhos são prestados por uma rede informal de apoio: suas
famílias, cônjugues, filhos, parentes e na falta destes, por sua vez através de
amigos e vizinhos.
O idoso e a legislação brasileira
Na constituição federal existe lei
que protele o idoso quanto aos seus direitos e atribuições.
Decreto nº 1.948 de 3 de julho de
1.996.
Regulamenta a lei nº 8.842 de 4 de
janeiro de 1.994 que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, e dá outras
providências.
·O art. 2º e os incisos I, II e IV,
referem sobre o direito do idoso a cidadania, a dignidade o direito à vida que
todo o ser humano deve ser respeitado, sem distinção seja pela cor, raça, faixa
etária, sexo enfim entre outras discriminações.
·O art.3º no parágrafo único declara
que todo o idoso tem o direito de asilar é um dever do estado de abrigá-los
tendo ou não condições financeiras.
·No art. 4º e os incisos I, II, III e
IV, refere-se á priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e
privados prestadores de serviços que compete ao governo, estado, município de
realizarem centro de convivência à 3º idade para abrigá-los e desenvolver
atividades aos mesmos, e assim priorizando o bem estar e até um aumento
qualitativo da renda dos mesmos.
·O art. 9º e os incisos I, II, III,
IV, VII, VIII, IX, XI, XII, XIII, competem que é um dever do poder público
desde federal, estadual e municipal de realizar um atendimento específico dos
idosos nas unidades básicas de saúde – SUS, com uma equipe especializada em
geriatria e gerontologia, tendo assim um atendimento de equidade, qualidade e
humanizada.
·Art. 15º parágrafo único, compete
que os ministérios dentro da sua competência promover a capacitação de recursos
humanos voltados para o atendimento ao idoso.
·Art. 17º parágrafo único, refere que
o idoso tem o direito à assistência preventiva, protetiva e de recuperação por
meio do Sistema Único de Saúde – SUS.
·Art. 18º parágrafo único, compete
que o idoso que não tiver condições de permanecer no asilo devido à enfermidade
crônica e precisar de cuidados médicos deverá ser transferido há um hospital
para este mão vim há óbito e os demais conseqüentemente.
Outro destaque é a criação do
conselho do idoso, criado pela Lei nº 218, de 26.12.91, ao qual recebeu do
estatuto os encargos de fiscalizar as entidades privadas prestadores de
serviços de assistência aos idosos.
No dia 27 de setembro de 1997, foi
criado o dia do idoso, com a Lei nº 1.479, de 17 de junho de 1997.
Com esta pequena síntese do
"Estatuto do Idoso" que foi elaborado podemos analisar que é
lamentável a situação em que se encontra o idoso no Brasil e não pela
legislação, pois, ela é farta, mas mal elaborada ou simplesmente descumprida. É
necessária a mobilização social para o devido respeito ao idoso, exigindo
principalmente do poder público a implementação da Política Nacional do Idoso.
O processo do envelhecimento
Segundo Carvalho (1983), o processo
de envelhecimento são muitas as perspectivas através das quais podemos
observar, estudar e analisar. E entre elas são: histórica, sociológica,
cultural, psicológica, religiosa, biológica, demográfica, nutricional,
habitacional, legal etc...
O envelhecimento é um processo que
apresenta algumas características: é universal por ser natural, não depende da
vontade do individuo, todo ser nasce, desenvolve-se, cresce, envelhece e morre.
A vida é um constante processo de modificações e a cada fase de seu
desenvolvimento ocorrem transformações múltiplas acompanhadas de seus próprios
desafios. É irreversível, apesar de todo o avanço da medicina em relação á
descobertas e tratamentos das doenças, as novidades farmacológicas, o
desenvolvimento de técnicas estéticas etc... Nada impede o processo de
envelhecimento. Carvalho (1983).
Segundo Kya Kych Metchnikov
(1845-1916):
Prêmio Nobel de medicina de 1908
acreditava que o processo do envelhecimento era resultado de venenos produzidos
no intestino grosso pela deterioração dos alimentos. Preconizava a ingestão
regular de leite e iogurte e o hábito de usar laxantes com freqüência, hábitos
que ocasionaria a esterilização do intestino.
Segundo Silvestre (2002), de fato o
processo de envelhecimento existe vários conceitos e explicações para o tal,
mas uma coisa que deixa claro que há muita dificuldade para entender o mesmo.
Podemos concluir que o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no
qual haverá modificações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que
acarretára da perda progressiva do individuo e adaptação ao meio e maior
vulnerabilidade do individuo se acometer por patologias que poderá ocasionar a
morte. Na verdade não há uma definição exata de como ocorre e porque ocorre o
processo de envelhecimento, e não há um método específico para tal de não
progredir.
Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS):
O conceito de envelhecimento ativo
consiste em levar na medida que envelhecemos uma vida produtiva e saudável na
família, na sociedade e na economia. Neste sentido devemos levar em conta todas
as dimensões da atividade física, mental, social e espiritual.
Segundo Beauvoir (1990), o conceito
de envelhecimento é um processo que ocorre no percurso da vida do ser humano,
iniciando-se com nascimento e terminando com a morte.
Segundo Martins (2002), o conceito de
envelhecimento pode ser considerado abstrato, porque é uma categoria criada
socialmente para demarcar o período em que os seres humanos ficam envelhecidos,
velhos ou idosos.
Segundo Sá (2002 p. 1120):
O idoso é um ser de seu espaço e de
seu tempo. É o resultado do seu processo de desenvolvimento, do seu curso de
vida. É a expressão das relações e interpendências. Faz parte de uma
consciência coletiva, a qual introjeta em seu pensar e em seu agir. Descobre
suas próprias forças e possibilidades, estabelece a conexão com as forças dos
demais, cria suas forças dos demais, cria suas forças de organização e
empenha-se em lutas mais amplas, transformando-as em força social e política.
Fisiologia do idoso
Segundo Filho & Netto (2005), o
envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo aonde o ser humano passa
por várias alterações como morfológicas, funcionais e bioquímicas.
Segundo Confort (2005, p 635) o
envelhecimento se caracteriza por uma redução da capacidade de adaptação
homeostática ás situações de sobrecarga funcional.
Segundo Filho & Netto (2005), a
terceira idade passa por alterações anatômicas e funcionais. Como a perda da
estatura e peso, que por sua vez a altura mantém-se até os 40 anos. A partir
dessa idade reduz-se à cerca de um centímetro por década até os 70 anos, quando
a redução é provavelmente maior. Esta diminuição ocorre pelo fato das
alterações osteoarticulares da coluna, caracterizada por achatamento das
vértebras. O peso em idosos ocorre após os 60 anos de idade. Pelo fato de
manter-se inalterado ou elevado, se deve ao acúmulo de gordura.
Segundo Filho & Netto (2005) a
composição corpórea altera-se com o desenvolvimento e o envelhecimento em ambos
os sexos. A água é o principal componente ela corresponde a 70 % do organismo
na criança, no adulto jovem 60% e no idoso 52%. Esta diminuição do adulto jovem
quanto ao idoso se deve pelo fato da diminuição celular. Quanto ao idoso
podemos considerar um individuo desidratado crônico, devido pela perca de água
no organismo.
Durante o envelhecimento todos os
tecidos do organismo sofrem alterações, varia de intensidade dependendo do
indivíduo e do tecido, nota-se em algumas pessoas essas modificações predomina
em alguma parte do organismo ou em outras localizações. O sistema colágeno é a
proteína mais encontrada no organismo. Com o envelhecimento mais colágeno é
formado, surgem ligações cruzadas na molécula e há maior resistência á ação da
colagenase. Em conseqüência aumenta a rigidez dos tecidos e há maior
dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células e dos
metabólitos das células para os capilares, o que ocasionaria deterioração
progressiva da função celular.
Segundo Filho & Netto (2005), o
sistema elástico é o componente do tecido conectivo responsável pela sua
elasticidade. Ele se distribui mais seletivamente que o colágeno,
encontrando-se em maior quantidade nos tecidos e órgãos que tem mais
articulação que sofre tração extensão como pele, parede arterial e pulmão.
Com o envelhecimento ocorre alteração
mais evidente nas fibras elásticas maduras, ocorre um aumento na quantidade de
fibras elásticas, alterando na sua composição de aminoácidos, fragmentação e
irregularidade de forma, além do depósito de cálcio. Tais alterações determinam
mudanças nas características funcionais das mesmas, ocasionado redução da
elasticidade dos tecidos que as contêm. Na pele envelhecida podemos observar é
a fragmentação das fibras elásticas. As tortuosidades significam que as fibras
foram esticadas e a seguir perderam a elasticidade, determinando como
conseqüência dobras ou rugas.
Segundo Filho & Netto (2005) o
sistema nervoso é a peça principal para qualquer organismo, é nele a integração
das atividades orgânicas, os centros reguladores localiza-se no cérebro, quanto
aos idosos um homem de 70 anos de idade tem uma redução de 5% do peso cerebral
e aos 90 anos reduz a 20%. A atrofia é observada na camada cortical como na
substância branca.
Segundo Brody (2005 p.256):
Mostrou que o individuo tem
armazenado cerca de 10 bilhões de neurônios, sendo que a partir dos 25 a 30
anos de idade há uma perda diária de 50.000 a 100.000. Esta perda celular é
maior no córtex e menor no tronco cerebral, onde, geralmente se localizam os
centros reguladores da homeostase.
Nos neurônios ocorre a sinapse a
liberação dos neurotransmissores e com o envelhecimento há uma diminuição da
liberação dos mesmos. Os idosos têm uma sensibilidade diminuída quanto ao tato,
a temperatura do ambiente e suas variações devido à alteração que ocorre com os
receptores cutâneos ou esterorreceptores e os remanescentes.
Segundo Filho & Netto (2005) o
envelhecimento altera todo o sistema endócrino principalmente as glândulas
hormonais, receptores hormonais e nas células alvo. O hormônio do crescimento é
produzido pela hipófise tem um papel importante na ação protéica e na lipólise,
estimula o crescimento tecidual, sendo o efeito mediado pelas somatomedinas
produzidas no fígado sob sua estimulação. No envelhecimento os níveis basais de
somatomedinas estão diminuídos sendo crescimento em idosos durante seis meses,
verificouapós progressiva com a idade.
Segundo Rudman (2001:56):
Administrou hormônios de esse período
aumento da espessura da pele da massa muscular esquelética e da densidade de
alguns ossos. Este resultado demonstrou a preconização de uso de hormônio de
crescimento para reverter algumas manifestações do envelhecimento.
O papel do enfermeiro na capacitação do cuidador do idoso
Segundo Rodrigues & Routh (2002,
p.56), se não houver recursos humanos treinados especialmente para atender os
idosos, não haverá uma atenção integral, integrada, digna e eficaz.
Segundo Rodrigues & Routh (2002),
em relação aos profissionais que compõem a equipe de saúde para dar assistência
à população idosa, torna-se premente investir na sua capacitação para que
interdisciplinarmente façam intervenções adequadas no processo saúde-doença.
Não se pode esquecer que esta equipe é quem faz a intermediação entre a unidade
de saúde ou home-care ou hospital ao usuário, cabendo-lhe o papel de colher
informações importantes para assumirem tamanha responsabilidade.
Segundo a Política Nacional de Saúde
do Idoso (1999):
Dispõe: o desenvolvimento e a
capacitação de recursos humanos constituem a diretriz que perpassará todas as
demais definidas nesta política de forma que o setor saúde possa dispor de
pessoal em qualidade e quantidade adequadas, e cujo provimento é de
responsabilidade das três esferas de governo.
Segundo Rodrigues & Routh (2002),
na área da capacitação os enfermeiros evidenciam um grande desafio a ser
enfrentado, pois, tenderá a capacitar não só equipe dele, mas realmente quem
ficará com o paciente idoso no âmbito domiciliar e neste caso serão os
familiares ou uma própria pessoa desconhecida e que ocupará o cargo de
cuidador.
Segundo Menezes (1998), o cuidador
apresentará muitas vezes a necessidade de incorporar a nova realidade ao seu
cotidiano, muitas vezes árdua e desgastante, conforme o que o idoso doente
apresenta, e conviver com ela.
Outro ponto que a enfermagem irá se
debater várias vezes será a sobrecarga do cuidador, a enfermagem entra neste
ponto da seguinte forma acompanhar o cuidador no domicílio, prestar uma
assistência efetiva e proporcionando a este um acolhimento de forma digna ao
serviço de saúde, colaborar com o familiar este que por sua vez não tem
experiência no ramo e ajudá-lo a desenvolver habilidades, conhecimento para
lidar com a demanda de cuidados que a doença do idoso exige em meio ao
cotidiano. Torna-se importante, a enfermagem contribuir com o cuidador para que
o cuidar não se torne desgastante, e que o cuidador terá que
"driblar" de forma cansativa os fatores geradores de sobrecarga.
Outro ponto seria a relação do cuidado entre o cuidador e a enfermagem,
necessite de um envolvimento maior entre ambos, que possibilite o conhecer as
possibilidades do que ambos tem a oferecer em termos de necessidades e
expectativas para que assim ocorra uma resolutividade nas ações voltadas ao
idoso na esfera domiciliar. Outro fato seria de conversar com a família,
orientar quanto à sobrecarga de uma pessoa só de realizar as atividades no caso
deste cuidador ser um familiar, fazê-los com que façam um remanejamento entre
eles, e que a equipe de enfermagem fica ciente de mais de um cuidador.
A enfermagem abrange todos aspectos,
como os cuidados, a capacitação, as orientações e a própria supervisão com tudo
o enfermeiro só tem de proporcionar o bem-estar físico e bio-psico-social, pois
o cuidador tendo a capacitação conseqüentemente as questões patológicas vão
degredir, por exemplo, a depressão é uma das doenças que mais acomete o idoso
devido ao isolamento, e se este idoso possuir um cuidador capacitado o mesmo
irá trabalhar na sua auto-estima proporcionando a comunicação, obtendo assim um
resultado positivo da sua patologia.
CONCLUSÃO
O envelhecimento é um fenômeno
extremamente complexo, que pode ser influenciado por inúmeros fatores dos quais
ainda permanecem obscuros.
Os idosos constituem o grupo etário
que vem crescendo gradativamente no Brasil. E estes por possuírem uma imunidade
biológica precária são os portadores de múltiplas afecções e nessa faixa etária
são comuns às demências, os acidentes vasculares cerebrais coronopatias,
diabetes mellitus e várias outras doenças cronico-degenerativas que causam
dependências físicas, psíquicas e geralmente definitivas.
As disfunções encontradas nos idosos
devem ser interpretadas como conseqüência da excessiva demanda do sistema
fisiológico incapaz de supri-la ou pela existência de patologias que podem
estar camuflados nesta faixa etária.
Para abordar clinicamente o paciente
idoso devem-se empregar técnicas adequadas que possam trazer informações
detalhadas e precisas para oferecer um atendimento adequado a pessoas de idade
avançadas deve-se ter conhecimento do processo de envelhecimento e toda a sua
complexidade, embora as doenças encontradas no idoso sejam quase as mesmas de
outras faixas etárias, o paciente idoso apresenta um comportamento clínico
diferente, o que dificulta um diagnóstico correto.
Somados e derivados aos direitos
concernentes a condição de ser humano, o idoso tem direitos como cidadão, pois
contribuiu por muitos anos de várias maneiras para a sociedade garantindo assim
um tratamento privilegiado por parte do estado conforme o Estatuto do Idoso
(1996), e das diversas estruturas sociais, ainda a respeito da terceira idade
em sociedade é importante o relacionamento idoso e família são comum situações
em que a família insiste em considerar o idoso como incapacitado.
O processo de envelhecer é a
plenificacão do ciclo da vida, ele não deve ser ocasionando, negado, deve-ser
compreendido afirmado e experimentado como um processo de crescimento pelo qual
o mistério da vida se revela.
A função do enfermeiro é muito
importante em relação à capacitação dos cuidadores, pois, a enfermagem que irá
treinar, educar, supervisionar, auxiliar quanto ao processo saúde-doença, pois
se não há uma equipe de saúde, e nesta não contendo um enfermeiro para fazer a
capacitação dos mesmos não tem como prestar um atendimento qualificado.É certo
que o idoso necessita de atenções específicas e significativas, concernentes ao
seu cotidiano.
O exercício de cuidar do idoso no
domicilio é um aprendizado constante, baseado nas necessidades físicas e
biológicas de acordo com o nível de dependência do idoso. Na maioria das vezes
se torna difícil, pela inexperiência do cuidador, atender as demandas que vão
surgindo no transcorrer do processo do cuidar e que necessitam ser aprendidas
no enfrentamento do cotidiano e sendo orientados pela enfermagem.
O enfermeiro é fundamental na
educação para a preparação e cuidado no envelhecimento e morte, muito mais
importante que acrescentar anos à vida e acrescentar vida aos anos.
Referências bibliográficas
BEAUVIOR, S. A. Velhice. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1990.
BOFF, L. Saber cuidar: Ética do
humano – Compaixão pela Terra. Petrópolis: vozes, 1999.
BRITO, F. C., RAMOS, L. R. Serviços
de atenção à saúde do idoso. São Paulo, Atheneu, 1996.
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de
enfermagem médico-cirúrgica. 9º ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2002.
Fonte : Internet
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