segunda-feira, 21 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
INTERPRETAÇÃO RÁPIDA DA GASOMETRIA
MÉTODO SIMPLES E
PRÁTICO
Introdução
A análise dos gases sanguíneos (sangue arterial) é um recurso de extrema utilidade para a avaliação da oxigenação do sangue, da ventilação pulmonar e do estado ou equilíbrio ácido-base do organismo. A análise dos
gases no sangue venoso informa sobre o consumo ou a extração de oxigênio nos tecidos e, portanto, indiretamente, informa sobre o estado do metabolismo celular.
É essencial lembrar que os resultados
dos exames, inclusive a gasometria, devem sempre ser correlacionados
com
os dados clínicos dos
pacientes. Certos parâmetros da gasometria, contudo, ainda que os pacientes estejam assintomáticos, podem indicar a necessidade de tratamento. Esse
é o
caso, por exemplo, da hipocapnia arterial. Um paciente pode
tolerar a PaCO2 baixa por um determinado tempo; entretanto, uma vez identificada, a hipocapnia deve ser corrigida, para evitar o aparecimento dos
sintomas,
que
podem ser
de
grande severidade.
Dentre as inúmeras aplicações práticas das informações do presente material, destacamos a
assistência aos pacientes mantidos com respiradores mecânicos, estados de choque, envenenamentos e estados agudos de insuficiência cardíaca, respiratória ou renal, além dos pacientes submetidos à circulação extracorpórea em qualquer
das
suas modalidades.
Oxigenação
Uma das informações mais importantes obtidas pela análise dos
gases sanguíneos diz respeito à oxigenação do
sangue. Em outras palavras, a análise do sangue nos informa sobre o conteudo de oxigênio.
Isso é de fundamental importância para avaliar a oferta de oxigênio às células do organismo. O
metabolismo apenas pode se processar adequadamente, com a utilização
do
oxigênio (metabolismo aeróbico).
O oxigênio é transportado para as células pela corrente sanguínea, combinado à hemoglobina e,
em pequena parte, dissolvido na água do plasma. Os valores da análise dos gases (gasometria), importantes para avaliar a oxigenação são a PaO2
e a SaO2.
Nota Importante: A convenção
para
a
padronização da grafia dos
valores dos gases,
recomenda usar
as
seguintes letras:
P (maiúsculo) - Representa a pressão parcial exercida pelo gás. PO2 é a pressão (tensão) parcial do oxigênio. PCO2 é a tensão (pressão)
parcial do dióxido
de carbono.
S (maiúsculo) - Representa o gráu de saturação da hemoglobina. SO2 portanto, representa, o
grau de saturação da hemoglobina
pelo oxigênio.
A (maiúsculo) - Representa os gases no
ar contido nos
alvéolos dos pulmões (ar alveolar).
a (minúsculo) - Representa os gases contidos no
sangue arterial.
v (minúsculo) - Representa os gases contidos no sangue venoso.
De
acordo com a convenção acima,
portanto, temos:
PaO2 - Representa a pressão parcial do oxigênio no sangue
arterial. PvO2 - Representa a pressão parcial do
oxigênio no Sangue venoso.
PaCO2 - Representa a pressão
parcial do dióxido de carbono
no sangue arterial.
PvCO2 - Representa a pressão parcial do dióxido de carbono
no sangue venoso.
SaO2 - Representa a saturação
de oxigênio
da hemoglobina no
sangue arterial. SvO2 - Representa a saturação de oxigênio da hemoglobina no
sangue venoso. PAO2 - Representa a pressão parcial de oxigênio no ar
alveolar.
Em condições normais, cerca de 97% do oxigênio transportado dos pulmões para os tecidos são carreados em combinação química com a hemoglobina, no interior das hemácias. Os restantes
3% do oxigênio encontram-se dissolvidos na água do plasma e das células. Portanto, em condições
normais, o transporte do oxigênio para as células do organismo é feito quase que totalmente pela hemoglobina.
A PaO2 é a medida da pressão parcial do oxigênio no sangue arterial, mas refere-se apenas
ao oxigênio dissolvido no plasma. A
PaO2 não reflete a disponibilidade total de oxigênio para os tecidos. A PaO2 é medida em milímetros de mercúrio (mmHg).
A SaO2
ou a saturação de
oxigênio mede
a
proporção em
que o oxigênio está
ligado à hemoglobina. A saturação é expressa em percentual. A saturação de oxigênio normal do sangue
que alcança o átrio esquerdo é de 98%.
A saturação é um melhor indicador da disponibilidade
total de oxigênio para as células do organismo. Entretanto, há um certo paralelismo entre a
pressão parcial
e
a
saturação, conforme
expressa
a
curva de
dissociação
da hemoglobina.
A afinidade do oxigênio pela hemoglobina se altera devido à temperatura e ao pH do sangue.
Essas alterações podem ser melhor compreendidas ao observarmos a
Curva de Dissociação da Oxihemoglobina.
Cada molécula de hemoglobina possui quatro radicais heme, capazes
de se ligar ao oxigênio. Quando os radicais heme estão todos
combinados ao oxigênio, a molécula resultante é a
oxihemoglobina.
Embora a hemoglobina seja um pigmento específico
para o transporte de oxigênio, outras substâncias podem ligar-se aos radicais heme e originar diferentes hemoglobinas - Por exemplo:
Os fumantes e as pessoas que inalam a fumaça podem ter a sua hemoglobina
saturada com monóxido de carbono (CO). Esta combinação origina
a carboxihemoglobina
- ela confere uma
coloração "cereja"
ao sangue e, é evidente, reduz drasticamente o transporte do oxigênio para o organsimo. As intoxicações por monóxido de carbono,
podem ser fatais.
Outros agentes podem alterar a hemoglobina e produzir a metahemoglobina, sulfohemoglobina e outras
hemoglobinas. Em todas
essas hemoglobinas, o lugar do
oxigênio na molécula é ocupado por outras substâncias, inúteis ao metabolismo celular. O transporte do oxigênio fica reduzido;
há, portanto, hipóxia.
Na hipóxia o sangue chega aos tecidos carregando uma menor quantidade de oxigênio, em relação ao normal. Ao contrário, na isquemia, o sangue com uma saturação normal de oxigênio,
chega aos tecidos em menores quantidades que o normal.
Em outras palavras:
Hipóxia é o resultado da perfusão dos tecidos com sangue contendo uma menor
quantidade de oxigênio.
Isquemia é o resultado
da redução
do fluxo de sangue que perfunde os tecidos.
OXIGENAÇÃO - SANGUE
ARTERIAL
E VENOSO
A difusão do oxigênio dos alveólos pulmonares para o sangue ocorre movida pela diferença
entre as pressões parciais. Estas tendem a igualar-se nos dois lados da membrana dos alvéolos,
para
cada gás existente no sangue
e no ar do interior dos
aovéolos.
A PO2 do sangue venoso que entra nos capilares pulmonares é de apenas 40
mmHg
(PvO2 = 40 mmHg). A PO2 no ar dos alvéolos pulmonares é de 104 mmHg (PAO2 = 104 mmHg). A diferença de 64 mmHg
força o oxigênio a passar do ar alveolar para o sangue que circula nos capilares dos
alvéolos. Ao alcançar 1/3 do comprimento do capilar, o sangue já está
"arterializado". A PaO2 do sangue arterial é,
portanto, de 104 mmHg.
Normalmente o sangue
arterial está 98% saturado
de oxigênio.
Ao atravessar os tecidos, o sangue arterial cede o seu oxigênio às células, para as atividades metabólicas. Ao deixar os capilares dos
tecidos para juntar-se nas vênulas, a pressão parcial do oxigênio no sangue (PvO2) é de aproximadamente 35 a 40 mmHg. A saturação de
oxigênio do sangue venoso
oscila em torno de 70
a 75%.
Quando a PvO2 e/ou a saturação do sangue venoso estão abaixo daqueles valores, significa que a extração de oxigênio pelos tecidos está aumentada. Isto pode ocorrer por uma exacerbação do metabolismo
(febre, por exemplo)
ou por uma redução
do fluxo de sangue que perfunde os
tecidos (estados de choque).
A medida dos gases no sangue arterial e venoso, simultaneamente,
em
certas ocasiões, pode contribuir decisivamente para o diagnóstico e o tratamento
de uma série de condições de
extrema
gravidade.
SIGNIFICADO DO pH
O pH é um índice criado para representar a concentração de íons hidrogênio (H+) existente em uma solução.
Como os valores da concentração dos íons hidrogênio livres em uma solução
eram representados por números com diversas casas decimais, tornou-se mais simples a representação
logarítimica. Desse modo o pH representa o logarítimo inverso do número de íons hidrogênio livres em uma
solução.
A escala do pH varia de 1 a
14.
A água foi tomada como elemento padrão para a comparação dos demais elementos da natureza. O pH
da
água é sete (7) e representa o ponto central da escala do pH.
A água é uma substância neutra (pH = 7). Todas as substâncias cujo pH está compreendido entre
1 e 7 são denominadas ácidas. Todas as substâncias cujo pH está compreendido entre 7 e 14 são denominadas alcalinas ou
bases.
A água é o solvente universal dos líquidos orgânicos, como o sangue, por exemplo. A presença de outras substâncias dissolvidas na água do sangue, como os sistemas tampões, faz com que o
pH do sangue seja ligeiramente alcalino. O pH do sangue normal varia entre 7,35 e 7,45.
Quando o pH do sangue está abaixo de 7,35 dizemos que há acidose. Ao contrário, quando o pH
do sangue está acima de 7,45
dizemos que há alcalose. É importante notar que a escala de pH relativa ao sangue considera a faixa de pH
do sangue normal (7,35 - 7,45) como a faixa de neutralidade.
COMPONENTE RESPIRATÓRIO
O componente ou mecanismo respiratório, controla a quantidade de dióxido de
carbono do sangue. Esse controle
é
exercido através da
frequência
e
da profundidade da
ventilação.
Sabemos que o CO2 (dióxido de carbono) produzido pelo metabolismo das células é dissolvido
no
sangue para ser eliminado do organismo através da respiração
(ventilação). O CO2 reage com a água (H2O) e essa reação química produz o ácido carbônico que dissocia em HCO3-
(íon bicarbonato) e H+ (íon hidrogênio), que
tende a reduzir
o pH do sangue.
Sempre que houver acúmulo de CO2 no sangue, o mecanismo da ventilação tende a eliminar
mais
CO2, para manter
o pH do sangue dentro da faixa da normalidade.
Sempre que houver
redução
da quantidade de CO2 no sangue o mecanismo da ventilação reduz a frequência respiratória e o CO2 se acumula, para recompor os valores do
sangue normal.
Apesar de eficiente, o
mecanismo
respiratório pode compensar
as alterações apenas dentro de certos limites.
Superados aqueles limites ocorrem os desvios.
O acúmulo de CO2 aumenta, como vimos, a quantidade de íons hidrogênio livres no sangue. Logo o pH tende a cair. Produz-se acidose. Como a causa dessa acidose é a acumulação de CO2
devido à ineficiência do
mecanismo respiratório,
a acidose produzida é denominada acidose respiratória.
A eliminação excessiva do CO2 do sangue tende a reduzir a quantidade de íons
hidrogênio livres e, portanto, o pH
tende a elevar-se. Produz-se alcalose. Como a causa dessa alcalose é o excesso de eliminação do CO2, devido ao mecanismo respiratório, a alcalose produzida é denominada
alcalose respiratória.
A pressão parcial do CO2 no sangue arterial normal oscila entre 35 e 45 mmHg
/PaO2 = 35 - 45
mmHg.
Se uma acidose (pH
inferior a 7,35) se acompanhar de uma PaCO2 superior a 45 mmHg,
estaremos diante de uma acidose respiratória. Ao contrário, se uma alcalose (pH superior a
7,45) se acompanhar de uma PaCO2 inferior a 35 mmHg, estaremos diante de uma alcalose
respiratória.
É importante ressaltar que a ventilação é separada da oxigenação. A ventilação
refere-se apenas à entrada e saída de ar dos pulmões e/ou à eliminação do CO2.
Em condições normais de funcionamento, a oxigenação ocorre sem dificuldades. Entretanto, pode haver redução
da oxigenação
com a ventilação normal. Isso ocorre quando há "shunts intra-
pulmonares".
O dióxido de carbono (CO2) existe sob várias formas no sangue. Uma parte
do CO2 está
dissolvida no plasma. A PaCO2 representa a pressão parcial do CO2 dissolvido no plasma e,
como
vimos, é representado em mmHg. A outra parcela do
CO2
combina-se com a hemoglobina ou
fica
dissolvida
no
interior das hemácias.
Em resumo:
1. O mecanismo respiratório (profundidade e frequência das respirações) controla o
CO2 do
sangue.
2. O CO2
em solução é
um
ácido.
3. A PaCO2 elevada
causa acidose (pH abaixo de 7,35), ou neutraliza uma alcalose.
4. A PaCO2 baixa causa alcalose (pH acia de 7,45), ou neutraliza uma acidose.
COMPONENTE METABÓLICO
O componente ou mecanismo metabólico consiste de um grupo de substâncias que participam
da regulação
do pH do sangue e dos demais
líquidos orgânicos. As substâncias mais importantes são os sistemas tampão do bicarbonato. Os outros sistemas tampão,
são o sistema do
fosfato e o sistema das
proteinas. Como seu efeito é
lento e complexo, não serão analisados. O sistema "buffer"
ou
tampão realmente
importante na manutenção do pH é o sistema bicarbonato.
O bicarbonato (componente metabólico) existe em equilíbrio com o ácido carbônico
(componente respiratório) para regular
o pH
dos líquidos orgânicos.
O íon bicarbonato (HCO3-) é o regulador metabólico. Quando há excesso de íons
hidrogênio livres, o ion bicarbonato combina-se ao hidrogênio em excesso e forma o ácido
carbônico (H2CO3) que por sua vez se decompõe em CO2
e água. O excesso de
CO2
é eliminado pelo mecanismo respiratório e a água
é eliminada pelos rins.
Nos rins, o ácido carbônico é transformado em bicarbonato
pela troca de hidrogênio por
sódio.
A elevação do
bicarbonato
no sangue causa alcalose ou
neutraliza uma acidose. A
redução do
bicarbonato no
sangue
causa
acidose
ou neutraliza
uma alcalose.
Quando a acidose ocorre com a PaCO2 normal e o bicarbonato baixo, estamos diante de uma acidose metabólica.
Quando a alcalose ocorre com
a PaCO2 normal e o bicarbonato elevado, estamos
diante de uma alcalose metabólica.
O valor normal do
bicarbonato no
sangue oscila entre 22 e 26 mEq/l.
EXCESSO OU DÉFICIT
DE BASES
Para analisar o equilíbrio ácido-base mediante os resultados da
gasometria, devemos considerar:
• A chave para tratar
um distúrbio ácido-base é a compreensão da sua
natureza.
• Devemos entender
o papel do ácido carbônico e
a relação entre os ácidos e as bases.
• O dióxido de
carbono, quando dissolvido
em
água, comporta-se como um ácido.
• O CO2 é produzido pelo
metabolismo celular.
• O mecanismo respiratório para regular o equilíbrio ácido-base é muito rápido e age em poucos minutos.
• O mecanismo metabólico é mais lento e
pode tardar horas para iniciar
sua
correção.
• A maior defesa
do organismo para corrigir os desvios do
equilíbrio ácido-base é o sistema tampão ácido carbônico/bicarbonato.
• A seguinte equação ilustra o fenômeno: CO2 +
H2O <-->
H2CO3 <-->
(HCO3-) + (H+)
• O pH normal
é
mantido
pelo balanço do ácido
carbônico H2CO3 e o
bicarbonato
HCO3- .
• A gasometria demonstra a qualidade da oxigenação do sangue e a causa dos desvios do equilíbrio ácido-base, quando
existentes.
• Ambos os mecanismos (respiratório ou metabólico) podem produzir acidose ou
alcalose.
• É comum a compensação
de um
distúrbio
pelo
outro. Assim
uma alcalose pode
compensar uma acidose e vice-versa.
• Para o tratamento adequado, devemos identificar a causa da acidose ou da alcalose.
VALORES NORMAIS DO SANGUE
Observe que o pH do sangue venoso é ligeiramente mais baixo que o do sangue arterial. Isso
é devido
à maior concentração
do CO2 que o sangue venoso
transporta dos tecidos, para eliminação nos pulmões.
Observe também que após ceder oxigênio
aos
tecidos, a PO2 e a SO2
do sangue venoso
ficam bastante reduzidas, em relação aos valores do sangue arterial.
INTERPRETAÇÃO POR ETAPAS
A interpretação da gasometria pode ser
feita de um modo simples, seguindo-se etapas:
PRIMEIRA ETAPA
Observar
o pH.
Um valor abaixo de 7,35 indica a presença de
acidose. Um valor acima de 7,45 indica a presença de alcalose.
SEGUNDA ETAPA
Observar
a PaCO2.
Um valor acima de 45 mmHg indica que a acidose é de natureza respiratória. Um valor abaixo de 35
mmHg indica que a alcalose é de natureza respiratória.
TERCEIRA ETAPA
Observar
o bicarbonato (-HCO3).
Quando o componente
respiratório
é
excluido como causador
do
distúrbio
(PaCO2 normal),
a sua natureza é certamente metabólica.
Um bicarbonato abaixo de 22 mEq/l acompanha as acidoses metabólicas. Há um déficit
de bases
no sangue
que pode ser calculado.
O
valor
do déficit
de bases
indica
a
severidade
do
distúrbio. Um déficit de
bases de
-5
mEq/l acompanha uma acidose leve.
Acima de 10 mEq/l temos as acidose graves.
Um bicarbonato superior a 26 mEq/l acompanha as alcaloses metabólicas. Há um excesso
de bases no sangue que pode ser calculado. Estas alcaloses, em geral, são mais benignas.
QUARTA ETAPA
Avaliar o excesso ou o déficit de bases no sangue.
O sangue normal tem o BE (BD) entre - 2,5 e + 2,5 mEq/l. Valores abaixo ou acima
acompanham os distúrbios.
BD maior que - 5 ou - 10 acompanham as acidoses leves e moderadas. Acidoses severas
cursam com
déficits maiores.
BE maior que + 5 mEq/l acompanha as alcaloses leves a moderadas. Raramente o BE é superior a + 10. Nesses casos, geralmente o paciente recebeu doses excessivas de bicarbonato de sódio
ou outros agentes alcalinos.
QUINTA ETAPA
Observar a PaO2 e a SaO2
Se a PaO2
estiver acima
de 65 mmHg e a SaO2
estiver acima
de 90%
podemos
considerar a oxigenação como satisfatória. Uma saturação do
sangue arterial (SaO2) abaixo de 80% indica hipóxia, tanto mais severa quanto mais baixa a saturação. Abaixo de 76 a 78% de saturação do sangue arterial pode surgir a cianose dos lábios e das extremidades.
SEXTA ETAPA
Identificar a ação
dos
mecanismos de
compensação.
Por
exemplo, se a PaCO2 está elevada e o PH está normal, houve compensação da acidose respiratória.
Os distúrbios compensados são
menos graves e, em geral, não requerem tratamento.
EXEMPLOS PRÁTICOS
1 - Gasometria (sangue arterial):
pH=7,30
PaCO2=48 mmHg HCO3= 18 mEq/l BD= - 7 mEq/l
PaO2= 85
mmHg
SaO2=98%
Interpretação
-
1. O pH está abaixo de 7,35 e indica a presença de
acidose.
2. A PaCO2 está acima de
45
mmHg e indica retenção de CO2 (causa respiratória).
3. O bicarbonato
de
18 mEq/l indica um déficit de bicarbonato.
4. Há um
deficit de bases de - 7
5. A oxigenação está normal.
Conclusão: Acidose Respiratória
2 - Gasometria (sangue arterial):
pH= 7,48
PaCO2=37 mmHg HCO3= 29 mEq/l BE = + 6 mEq/l
PaO2= 93
mmHg
SaO2= 96%
Interpretação:
1. O pH está acima de 7,45 e indica a presença de alcalose.
2. A PaCO2 está normal. Indica um distúrbio provavelmente metabólico.
3. O bicarbonato está acima de 26 mEq/l. Isso indica um
excesso de bases e confirma a
alteração metabólica.
4. Há um
excesso de bases de
+ 6
mEq/l.
5. A oxigenação está normal.
Conclusão: Alcalose Metabólica
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